A incerteza, a cada ano, se haverá ou não “inverno” no Sertão potiguar alimenta, entre os agricultores, a busca por indicações da natureza para se saber se as chuvas serão abundantes, tardias ou irregulares e escassas.
Para o idoso Adjuto Pereira de Araújo de 72 anos, que reside na zona Rural do município de São Fernando (RN), aqueles que observam as plantas, animais, ventos, nuvens e fazem experiências místicas são conhecidos por “profetas das chuvas”, e segundo o idoso, eles sabem muito. Eles guardam e transmitem conhecimentos empíricos adquiridos dos antepassados. Além da natureza, esses profetas baseiam-se em sonhos, rituais religiosos, crenças indígenas. Essas práticas, enraizadas na cultura nordestina, são transmitidas oralmente, de geração em geração.
Adjuto carrega no coração a fé em Nossa senhora do Patrocínio, padroeira do município, que 2022 será um ano de muito inverno e fartura para os agricultores do Rio Grande do Norte.