‘A gente está perdendo para os vizinhos. A gente está sendo sugado pela Paraíba’, diz Styvenson

Segunda-feira, 08 de Outubro de 2018/ Editoria Politica/ Repórter Luiz Henrique/ Capitão Styvenson Valentim (Rede) eleito senador pelo RN Foto.Magnus Nascimento

Eleito em 2018 com 745.827 votos para o Senado Federal, Styvenson Valentim (Podemos) admite que o isolamento político e a decisão de não usar fundo eleitoral e de campanha, tempo de TV e rádio, foram cruciais para que terminasse em terceiro lugar na campanha de governador em 2022, tendo obtido 307.330 votos.

Agora, o senador saiu do isolamento, conversa com outros partidos e deixou em aberto candidaturas a prefeito de Natal em 2022 e ao governo do Rio Grande do Norte em 2026.
Ferrenho crítico da governadora Fátima Bezerra (PT), Valentim diz que sua participação na Mesa Diretora do Senado, onde é quarto secretário, agora ajuda a aprovar projetos de seu interesse, como o PL que torna terrorismo o crime organizado, cuja votação foi adiada na quarta-feira (26), mas volta à pauta da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na próxima semana, como lhe garantiu o presidente da CCJ, senador Davi Alcolumbre (União-AC). 

O senhor já superou o episódio do adiamento da votação da lei que torna terrorismo o crime organizado?

Quando o adiamento partiu de quem se coloca totalmente a favor do crime organizado, não tem como ficar satisfeito e nem conformado com isso, pelo contrário, atendemos todos os pedidos do PT para excluir as movimentações sociais, que  tanto defendem, restou a organização criminosa e mesmo assim se colocam contra. Era só uma desculpa. 

Quando o senhor acha que o projeto voltará à pauta de votação na Comissão de Constituição e Justiça depois do pedido de vista?

Já falei com o presidente da CCJ, Davi Alcolumbre (União-AP), semana que vem está de volta, porque é um compromisso que ele tem comigo. Então, fazer parte da mesa hoje me dá essa prerrogativa. Estar na mesa diretora hoje ou estar próximo a quem comanda o Congresso Nacional me dá essa prerrogativa. 
A CPM de 8 janeiro já foi lida no Senado, esquentou o clima político em Brasília. O senhor vai estar presente nessa comissão indicado pelo Podemos? Eu fui indicado para suplente e o titular vai ser o senador Marcos do Val (Podemos-ES), mas eu vou ser titular na CPI das ONGs. É outra pancada no governo, que já foi lida pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e agora vai ter indicações dos senadores pelos partidos. O requerente da CPI das ongs, o senador Plínio Valério (PSDB-AM), exigiu a minha presença nessa CPI e acho que o relator será o senador Márcio Bittar (União-AC).

possível, estou buscando tempo de TV e rádio, fundo eleitoral, fundo partidário e capilaridade, porque não dá mais pra competir na política norte-riograndense e na política brasileira sem essas paridades e armas, como foi visto em 2022. Eu fiz o trabalho desde 2018 de conscientização da população, mas a população não se conscientiza. Ela acha que campanha política feliz, alegre, com carro de som, com piseiro, com acúmulo de pessoas nas ruas, isso vai dar uma boa administração, não deu. Olha o caso do governo Fátima, era tido como uma campanha de propaganda eleitoral fora da realidade do nosso estado, com propaganda enganosa e ficção. Ela não foi a nenhum debate praticamente, só foi no primeiro e no último. E preferiu ficar fazendo festas pelo interior, angariando apoios e não cumpriu nada com nenhum prefeito e todos os prefeitos estão revoltados com Fátima, porque não cumpre palavra, como o PT não cumpriu comigo no PL do antiterrorismo. É um partido que não tem palavra nenhuma, não tem confiabilidade. Já que disseram que eu era resistente para diálogo e para conversa, pelo contrário, acho que eu perdi tempo em não conversar, porque eu estou esclarecendo muitas coisas sobre o nosso Rio Grande do Norte com quem tem experiência. Não quer dizer que eu vá mudar a minha essência, não quer dizer que eu vá mudar a minha postura, minha moralidade, meu caráter. Pelo contrário, quero fazer as duas coisas. 

Voltando ao assunto, o senhor prefere disputar o governo ou a prefeitura de Natal em 2024?Eu não excluo nada, por enquanto eu não estou excluindo nada. Mas o que eu quero é certo. O que eu quero não é só disputar uma campanha. O que eu quero é melhorar meu estado. É melhorar a administração pública. É mostrar que isso é como eu estou fazendo aqui no Senado. Nos quatro primeiros anos economizei de verba de gabinete R$ 8 milhões e a própria população me taxou como babaca. Deixa de ser besta. Diziam. Como besta mesmo. Que economiza dinheiro para devolver para governo federal poder gastar errado. Estavam certos, até certo ponto, por quê? Porque a ideia de economicidade, a ideia de transparência, de moralidade e combate a corrupção parece que ficou esquecida e perdida no país. Principalmente no nosso estado, que é um estado infelizmente pobre e vai ficar muito mais pobre ainda. Principalmente o pobre vai sentir muito mais esse peso depois desse aumento de ICMS do combustível de 2%, vai pagar R$ 200,00 ao ano. Quem ganha R$ 40 mil de salários, como houve um aumento agora para os procuradores, vai pagar os mesmos 2% ou R$ 200,00 a mais ao ano da mesma forma que aquele que ganha o Bolsa Família. Quem é que sente mais? Será que o nosso estado vai empobrecer mais? Então ser candidato é pra mudar a realidade do nosso estado. Ou seja, na prefeitura, seja no governo do estado. É isso que a população tem que avaliar. É quem tem competência, coragem realmente de adotar essa fórmula, que não é difícil, que não é política, mas sim técnica de poder agir pela população. 

isso partiria da população de avaliar os seus políticos, o que foi feito em oito ou 16 anos em Natal e no Rio Grande do Norte que não nos levou a canto nenhum. A gente está perdendo para os vizinhos. A gente está sendo sugado pela Paraíba. Enquanto a gente não toma as atitudes dentro do turismo, dentro do empreendimento, dentro da construção civil, dentro do desenvolvimento, os estados vizinhos estão drenando toda a nossa economia. Tudo que a gente tem de potencial. 

Fonte/Tribuna do Norte