Em um estado onde o turismo é motor da economia, o Rio Grande do Norte padece com uma insegurança que parece não ter fim. A notícia de que, na noite deste domingo, um motociclista foi assaltado na estrada do aeroporto, mais um triste capítulo da violência deste estado, não é novidade. Homens vindos da mata, armados, interceptaram a vítima e, ao roubarem o veículo, ainda dispararam contra ele. Felizmente, o motociclista conseguiu escapar. Mas a verdadeira tragédia não está só no crime em si. Está na sensação de abandono, na falta de uma resposta eficaz do poder público e na impotência de uma população que já não sabe mais a quem recorrer.
O incidente expõe um retrato cruel de um Estado que se vê refém da violência. O governo de Fátima Bezerra, que já acumula críticas pela sua gestão em diversas áreas, parece não ter conseguido oferecer soluções concretas para o combate à criminalidade. Quando a segurança vira questão de vida ou morte para quem usa a estrada do aeroporto — uma via de trânsito intenso e, para muitos, um dos principais acessos a Natal — é impossível ignorar a omissão das autoridades.
A insegurança não é um fenômeno isolado. O RN é um estado com grandes reclamações de insegurança , e episódios como o do motociclista são apenas a ponta de um iceberg. A situação tem se agravado em diversas partes do estado, com assaltos, furtos e homicídios que não param. A reação da população? Desespero, medo, e a tentativa, cada vez mais comum, de se proteger de maneiras improvisadas.
A cena de motoristas por aplicativo, visivelmente abalados, voltando na contramão para tentar escapar de um possível assalto — registrada em vídeo, que viralizou nas redes sociais — sintetiza a sensação de impotência. É um retrato de um governo que, ao invés de oferecer proteção, obriga seus cidadãos a se reinventarem no meio da rua, improvisando rotas e estratégias para escapar da violência.
E o que tem sido feito para mudar esse cenário? A resposta é, na melhor das hipóteses, insuficiente. Apesar dos esforços do governo estadual, como o reforço de policiamento em pontos estratégicos e a instalação de câmeras de segurança, as ações ainda são vistas como paliativas. A população, atenta e cansada, sente que a verdadeira mudança ainda está longe de acontecer.
A estrada do aeroporto, cenário deste último assalto, é apenas um dos muitos exemplos de um Rio Grande do Norte que parece se afundar cada vez mais em um ciclo de violência. E a sensação de que o governo Fátima Bezerra não tem conseguido dar respostas eficazes é cada vez mais comum entre os cidadãos que, enquanto isso, seguem na busca desesperada por segurança.
Em um estado que depende do turismo, que precisa garantir a paz e a tranquilidade para seus visitantes e moradores, a questão da segurança pública deveria ser prioridade. No entanto, o que se vê é a indiferença das autoridades diante de um drama que afeta diretamente a vida de cada potiguar. A luta por um RN mais seguro, portanto, continua sendo um desafio não só para a população, mas também para a própria governadora, que, diante da gravidade da situação, precisa urgentemente repensar suas estratégias e agir de forma eficaz.
O tempo de promessas acabou. O momento agora é de ação.