Artigo: Desenhando contra o câncer infantojuvenil

Créditos: Juliette, por Manoel Patrício

Por: Sandra Fernandes da Costa – Coordenadora Pedagógica Casa Durval Paiva

Desde os primórdios, o homem utilizou a arte de desenhar como mecanismo de comunicação, expressando suas emoções e sentimentos como forma de expressão linguísticas, através das pinturas rupestres, assim, é possível perceber tamanha importância que o desenho tem em nossas vidas.

O uso do desenho como recurso terapêutico, para pacientes com câncer, fundamenta o desenvolvimento da livre expressão de medos e ansiedades, relacionados à doença, à hospitalização e aos efeitos colaterais do tratamento. Dessa forma, a arte de desenhar se propõe a reestruturar o paciente emocionalmente, trazendo estabilidade psíquica e, posteriormente, física.

Cada vez mais, a ciência tem comprovado a necessidade de se utilizar a arte como instrumento auxiliar aos tratamentos médicos, tendo em vista que ela influencia nos aspectos psicoemocionais do paciente e no “pleno desenvolvimento mente-corpo-espírito”, a fim de responder o caminho da cura de algumas doenças.

Corroborando com os estudos acerca dos benefícios do desenho, para pacientes que lutam contra o câncer, podemos trazer a história do paciente Manoel Patrício, de 20 anos, residente na cidade de Ouro Branco, interior do Rio Grande do Norte, que é acolhido pela Casa Durval Paiva. Patrício, durante o tratamento da leucemia, frequentava as atividades desenvolvidas na Classe Domiciliar e Hospitalar da instituição, nesta época, teve o seu primeiro contato com o desenho, nas oficinas de desenho, ministradas pelo artista Ricardo Tinoco.

Hoje, transplantando e em manutenção do tratamento, descobriu-se como artista e faz uso das técnicas do desenho para dar vida as suas criações e comercializá-las. Logo, é possível notar que a prática do desenho pode trazer benefícios, como o alivio de estresse e a sensação de confiança, além de aprimorar a capacidade de percepção, concentração e criatividade. Motivos pelos quais fazem valer o incentivo dessa prática, em pacientes que lutam contra o câncer.


Medicamentos psicotrópicos em crianças com câncer
Isabelle Resende – Farmacêutica – CRF2541 – Casa Durval Paiva

As crianças em tratamento contra o câncer desenvolvem ansiedade, o que se faz necessário a prescrição de drogas psicotrópicas (medicamento de controle especial seja ele tarja preta ou vermelha). No início do tratamento oncológico, os psicotrópicos são prescritos para tratar essa ansiedade e stress, pois as crianças e os adolescentes em tratamento não estão preparados para o tratamento, até então desconhecido.

Como o tratamento é longo e doloroso, então, os medicamentos são prescritos para amenizar os transtornos que, com o passar do tempo, podem vir a surgir, como autoestima baixa, distanciamento dos amigos, rendimento escolar baixo, choro, falta de concentração, perda dos cabelos e outros mais.

Durante o tratamento oncológico, esses pacientes usam vários medicamentos para o tratamento e as doses de medicação vão depender da localização do tumor e do tipo de câncer, então, as medicações do próprio tratamento podem ocasionar mudanças psíquicas e orgânicas, já que o organismo dos adolescentes e crianças estão em constante modificação.

Por deixar o organismo fragilizado, é necessário que, antes de serem prescritas, sejam observadas as interações medicamentosas, reações adversas e os efeitos colaterais que a junção destes medicamentos pode causar.

A Casa Durval Paiva fornece os medicamentos prescritos pelos médicos, durante o tratamento, de forma gratuita. A quantidade dispensada pelo farmacêutico é para, aproximadamente, 15 dias contínuos. A única exigência é que o paciente esteja cadastrado na instituição e com a prescrição médica.

No ato da dispensação, o acompanhante recebe a medicação e as orientações necessárias, para que o paciente faça a adesão ao tratamento em domicílio, onde, dependendo do grau de compreensão, são elaboradas tabelas, que contém todas as informações, de forma lúdica, com ilustrações contendo os horários a seguir, durante o dia. Através da ficha de dispensação, o farmacêutico faz o acompanhamento e monitoramento da terapia medicamentosa.