Capitólio: Turista ‘previu’ queda de rocha 10 anos antes do acidente

Dono de lancha e apaixonado por navegar em mares e lagos, o médico Flávio Freitas, de Ilhabela (SP), se mantém informado sobre notícias de acidentes náuticos em grupos no WhatsApp.

Foi por um deles que ele soube da queda da rocha do paredão de cânion, em Capitólio (MG), nesse sábado (8/1), que causou, até o momento, a morte de sete pessoas. Imediatamente, ele lembrou de quando esteve no local, em março de 2012, e viu a fenda.

Na ocasião, ele registrou, no perfil do Facebook, o perigo e determinou: “essa pedra vai cair”. Hoje, ele compartilhou a foto e lamentou que a “previsão” estava correta.

“Quando eu soube do acidente, fui em meu álbum e vi a foto. Na época, me chamou a atenção aquela fenda que tinha ali, porque realmente era muito grande e escrevi que ia cair. Era nítido, já que era muito extensa e larga. A chance de cair mais ou mais tarde era grande”, disse ao Correio.


Imagem: reprodução/Facebook

Flávio afirma que já foi ao local duas vezes e que sempre pensou que a queda seria inevitável. No entanto, ele afirma que, neste ano, o paredão estava mais instável pelo nível do lago estar menor. “Em 2012, o nível da água da represa de Furnas era muito mais alto, em torno de 10 metros. Hoje, esse paredão tá maior, tá 10 metros a mais fora da água”, diz.

O post original com a foto tirada pelo médico em 2012 viralizou nas redes sociais e conta com mais de 48 mil compartilhamentos. Os usuários que interagiram com o conteúdo afirmaram que ele previu o acidente, outros disseram que a publicação é uma prova de que a tragédia poderia ter sido evitada pelas autoridades.

Flávio diz que não foi algo místico, mas que era algo que todos saberiam se passassem pelo local. “Óbvio que não foi premonição, quando eu fiz a postagem eu entendi que aquele negócio estava com cara de que iria cair. Agora, a postagem viralizou e meu telefone está ficando doidinho. Mas era óbvio”, concluiu.

A queda da rocha causou, até o momento, a morte de seis pessoas. Outras 20 estão desaparecidas. Cerca de 40 mergulhadores do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais trabalham na busca dos turistas que estavam nas embarcações atingidas pelo desprendimento rochoso.

Correio Braziliense