Ensino cívico-militar será implantado em escola da Zona Oeste de Natal, aponta Prefeitura


Escola Municipal Professor Veríssimo de Melo, no bairro Felipe Camarão, atende quase mil alunos do ensino fundamental. Indicação foi aprovada por 95% da comunidade, segundo o município. Escola Municipal Professor Veríssimo de Melo, no bairro Bom Pastor, em Natal
Prefeitura de Natal
A partir de 2020, mudanças devem acontecer na administração e no ensino da Escola Municipal Professor Veríssimo de Melo, no bairro Felipe Camarão, na Zona Oeste de Natal. Segundo a Prefeitura de Natal, essa foi a unidade potiguar escolhida pelo governo federal para implantação do projeto piloto de escolas no sistema cívico-militar, já a partir de 2020, no Rio Grande do Norte. Em todo o país, serão 54 unidades.
Localizada em um dos bairros mais populosos da cidade, a unidade atende atualmente 977 estudantes do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental e conta com 67 professores. A unidade foi criada em 1997, ainda segundo o município.
Em maio deste ano, um ato de violência chamou a atenção da cidade para a escola, quando uma estudante esfaqueou outra dentro de uma sala de aula.
Segundo a Prefeitura, uma assembleia extraordinária foi realizada na escola, com a presença do corpo docente, gestores, alunos e pais de alunos, além da representantes do Conselho Escolar, no dia 10 de outubro. Com um percentual de aprovação de 95%, o município encaminhou o pleito para que a unidade fosse contemplada com o programa do Governo Federal.
“Ficamos felizes com a habilitação de Natal pelo governo federal para receber a escola cívico-militar, por atender a uma solicitação que nos foi apresentada por servidores e alunos da Escola Municipal Professor Veríssimo de Melo, de Felipe Camarão. O objetivo com a implantação desse novo sistema é buscar resultados ainda mais significativos, não apenas para a comunidade escolar desse bairro, mas para toda a rede pública de ensino de Natal”, afirmou o prefeito Álvaro Dias.
Nesta quinta-feira (21), o Ministério da Educação anunciou a implantação do sistema em 54 escolas do país. Destas, 38 são escolas estaduais e 16 municipais, localizadas em 23 estados e no Distrito Federal. De acordo com a pasta, cerca de 1.000 militares, tanto da reserva como da ativa, vão participar do projeto-piloto, atuando na gestão educacional das instituições. Segundo o MEC, a escolha das escolas levou em conta a localidade, a partir de uma equação com variáveis com base em critérios técnicos.
Estado não aderiu
No fim de setembro, o governo do Rio Grande do Norte pediu prorrogação do prazo para indicar escolas estaduais para implantação do modelo cívico-militar proposto pelo governo federal. O Estado alegou que precisaria de mais detalhes sobre como iria funcionar esse modelo.
Já no dia primeiro de outubro, o Poder Executivo comunicou que não iria aderir ao modelo cívico-militar em duas de suas escolas, como proposto pelo Governo Federal. Em nota divulgada pela Secretaria de Educação e da Cultura do RN, o governo estadual afirmou que a decisão se deu “reafirmando os princípios constitucionais como diretrizes que asseguram um ambiente educativo plural”. Além disso, o Governo considerou que houve falta de tempo hábil para discussão do tema.
Sem a participação do estado e com a abertura para adesão de municípios, as prefeituras de Natal, Mossoró e Parnamirim, dentre outras cidades do estado, demonstraram interesse no modelo.