Família de Moïse diz ter sido intimidada por PMs ao buscar informações sobre o crime

Moïse Kabagambe — Foto: Arquivo pessoal

Parentes de Moïse Kabagambe, congolês morto a pauladas em um quiosque na Barra da Tijuca, dizem que foram intimidados por dois PMs quando tentavam obter detalhes sobre o crime.

A informação foi publicada nesta quarta-feira (2) pela “Folha de S.Paulo” e confirmada pela TV Globo.

As supostas intimidações teriam acontecido três vezes, dias depois da morte, quando o caso ainda não tinha se tornado público. A família disse à “Folha” que tinha ido ao quiosque para saber o que havia acontecido com Moïse. Os PMs, segundo os parentes, interferiram nas perguntas.

“O policial fardado com arma, pedindo seu documento com aquele tom de voz, daquele jeito da Polícia Militar do Rio de Janeiro. Eu sou negro, já passei por batida policial quando estava com uniforme de serviço indo trabalhar, aí você não está uniformizado, começam a te perguntar… quem não fica intimidado?”, afirmou um tio do congolês à “Folha”.

A Polícia Militar afirmou à “Folha” que “todas as questões pertinentes ao caso estão sendo investigadas pela Delegacia de Homicídios da Capital”.

Ato no quiosque

No fim da madrugada desta quinta-feira (3), cerca de 50 jovens realizaram um ato cobrando justiça por Moïse e outras vítimas de racismo no Brasil em frente ao quiosque Tropicália.

Os manifestantes vestiam preto e ocuparam uma faixa da Avenida Lúcio Costa e chegaram a colocar fogo em pneus na via.

Nesta quinta, agentes da Delegacia de Homicídios devem ouvir nesta quinta o policial militar Alauir Mattos de Faria, dono do quiosque Biruta, vizinho ao Tropicália. Aleson Cristiano de Oliveira Fonseca, um dos três agressores presos nesta terça (1°) trabalhava lá como garçom.

Em depoimento à polícia, Aleson disse que as agressões foram para “extravasar a raiva” que estava sentindo porque, segundo ele, o congolês estava “perturbando há alguns dias”.

G1