Um mês após entregar a primeira vacina contra a Covid-19 100% nacional, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) também tem o interesse de exportar os imunizantes para outros países.
Foi um caminho complexo até a autossuficiência. Produzir a vacina contra a Covid-19 com o Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA) nacional era o objetivo da Fiocruz.
E o diretor do Instituto Bio-Manguinhos garante que a vacina é exatamente a mesma que a produzida com o IFA que vinha da China, conforme explica o diretor da Instituição Mauricio Zuma. “O IFA que a gente produziu foi submetido a testes de controle de qualidade internacionais, inclusive de comparabilidade, para demonstrar que a vacina é a mesma. Não tem diferença”, disse.
O processo também é praticamente igual ao da produção com o IFA que vinha da China. São várias etapas até a comprovação da qualidade.
Depois de descongelado, o IFA passa pela formulação, quando é misturado a outros ingredientes, e envase, para ser acondicionado nos frascos. Todo o processo é submetido a um controle de qualidade, que dura cerca de duas semanas.
Na fase final de todo o processo, só entram os funcionários autorizados, usando equipamento de proteção individual. Quando chegam na sala, os frascos já passaram por envase e revisão, ganham rótulos e em seguida vão para as caixas.
Do laboratório, as vacinas contra a Covid-19 saem para um depósito e em seguida são entregues ao Ministério da Saúde. A pasta contratou 105 milhões de doses de vacina da Fiocruz para 2022. Dessas, 45 milhões serão 100% nacionais.
Até março, de acordo com a fundação, foi produzido IFA para 25 milhões de doses. O total de 550 mil doses já foram disponibilizadas em fevereiro e 2 milhões estão em diferentes etapas até a liberação. Ainda não há uma previsão de quando o contrato será concluído com o ministério da Saúde.
Em julho do ano passado, a fundação conseguiu a transferência de tecnologia. Até novembro, foram meses de preparação da papelada que seria entregue à Anvisa, e em janeiro veio a aprovação.
Com a produção de doses próprias caminhando, a Fiocruz começa a pensar em exportar a vacina brasileira para outros países.
“Nós já solicitamos a pré-qualificação pela Organização Mundial de Saúde (OMS), precisa ser pré-qualificado por eles, nós já somos para outras vacinas e estamos pedindo para essa vacina também. É o primeiro passo” explicou o direitor do Instituto Bio-Manguinhos, Mauricio Zuma.
CNN Brasil