Dois irmãos acusados de cometerem o maior golpe de bitcoin da história – com valores perdidos avaliados em US$ 3,6 bilhões (quase R$ 18 bilhões) – compraram cidadania na ilha remota de Vanuatu, no Oceano Pacífico.
Segundo documentos obtidos pelo jornal The Guardian, os irmãos Ameer e Raees Cajee, de 18 e 20 anos respectivamente, pagaram cerca de R$ 680 mil por cada licença para viver na ilha. Contudo, a compra de visto na jurisdição não é ilegal.
Os Cajees se tornaram suspeitos depois que quase R$ 18 bilhões em criptomoedas investidas na plataforma Africrypt, fundada pelos irmãos na África do Sul, desapareceram das contas dos titulares das carteiras de bitcoin.
Segundo denúncia apresentada à polícia por advogados de um grupo de investidores, centenas de usuários deixaram de ter acesso a suas contas nas mesmas semanas em que o bitcoin atingiu sua máxima histórica, em abril de 2021.
A moeda virtual mais famosa do mundo chegou a valer US$ 63.226 por unidade (cerca de R$ 320 mil).
Naquele mês, o diretor de operações da Africrypt, Ameer Cajee, o mais velho dos irmãos, informou aos clientes que a empresa havia sido vítima de um ciberataque e que por isso a plataforma havia suspendido as operações.
“Nosso sistema, as contas dos clientes, suas carteiras e nossos registros foram comprometidos”, afirmou em um e-mail.
Ainda segundo o The Guardian, os irmãos não são os únicos investigados que encontraram em Vanuatu um porto seguro. Desde janeiro de 2020, 2 mil pessoas adquiriram a cidadania na ilha, que abriga uma população estimada em 300 mil habitantes.
Entre os compradores está o político Vinay Mishra, acusado de fugir da índia enquanto era investigado por roubo de minérios e de gado. Um empresário acusado de extorquir milhões do Vaticano também está na lista dos cidadãos da ilha remota.
Uol