Mafioso preso no Brasil era um dos 10 fugitivos mais perigosos do mundo, diz imprensa italiana

Imagem de Rocco Morabito quando foi detido no Uruguai — Foto: Divulgação/Via AFP

prisão no Brasil de Rocco Morabito, um dos líderes da Ndraghetta, a máfia calabresa, recebe destaque na imprensa italiana nesta terça-feira (25). Várias reportagens dedicam espaço para lembrar a trajetória de um dos criminosos mais procurados da Itália.

Segundo a publicação, Morabito foi considerado nos anos 1990, em Milão, o “rei da cocaína” proveniente da América do Sul. Ele era o segundo homem mais procurado da Itália, depois de Matteo Messina Denaro.

“Sua fuga foi espetacular“, lembra o jornal “La Reppublica”, ao relatar que Morabito escapou pelo telhado da prisão de Montevidéu, localizada no centro da capital uruguaia, ao lado de alguns cúmplices. Em seguida, ele invadiu a residência de uma mulher pela varanda, “limpou as gavetas” e saqueou todo o dinheiro que encontrou no local, antes de se desculpar dizendo que “sua filha estava muito doente”.

Meses depois, todos os fugitivos da cadeia de Montevidéu foram detidos, exceto Morabito, que desapareceu.

Clandestinidade

O diário recorda que Morabito se instalou no Uruguai em 2002, no famoso balneário turístico de Punta del Leste, onde usou uma identidade falsa como empreendedor e levou uma vida luxuosa durante mais de 13 anos.

Depois de identificado, foi preso em um hotel na capital uruguaia em 2017, mas não ficou muito tempo atrás das grades.

Morabito tinha, segundo o jornal, vínculo com o PCC, o Primeiro Comando da Capital, que controla a fronteira entre o Brasil e o Uruguai. Com seus laços, ele desenvolveu o tráfico de drogas entre a organização criminosa brasileira e a máfia calabresa com a ajuda de um traficante preso atualmente na Turquia, diz “La Reppublica”. O jornal lembra ainda que o mafioso, conhecido como “Tamunga”, vivia entre a Calábria e Milão, onde deu “seus primeiros passos como traficante”.

Morabito foi detido em um hotel de João Pessoa junto com dois estrangeiros. Um deles, identificado como Vincenzo Pasquino, também é um fugitivo da Justiça.

RFI