Dia, Lojas Marisa e Subway: o que a crise por trás dessas três empresas têm em comum? Para especialistas ouvidos pela CNN, a resposta está na dificuldade em atender a demanda do consumidor brasileiro e de criar raízes no mercado nacional.
Tudo começou na última quarta-feira (13), quando a SouthRock deu início ao processo de recuperação judicial das empresas que operam a franquia de fast food Subway no Brasil.
No dia seguinte, foi a vez da rede de supermercados Dia anunciar o fechamento de 343 lojas e 3 centros de distribuição no Brasil. A empresa decidiu concentrar suas atividades na região de São Paulo, onde continuará operando 244 lojas.
Já nesta segunda-feira (18), a Marisa reportou queda de 41% na receita líquida, a R$ 409 milhões no período, desempenho que a empresa atribuiu a uma recomposição de estoque num ritmo “mais lento que o necessário para suportar um maior volume de vendas”.
No caso do Dia, o especialista em varejo da Strong Business School, Ulysses Reis, explica que o início da operação internacional da rede de supermercados no Brasil aconteceu a partir de 1998 — ano em que uma forte desvalorização do real barateou lojas do segmento.
Segundo ele, isso permitiu a entrada de redes estrangeiras no país, como o grupo espanhol, que abriu sua primeira loja no Brasil em 2001.
“Eles estão fechando várias lojas no Brasil e em Portugal, ao mesmo tempo em que abrem mais lojas na Espanha e na Argentina. Essa é uma questão muito característica. O que aconteceu é que muitas dessas redes que chegaram por volta desse período não conseguiram entender o perfil do consumidor brasileiro. O Walmart, por exemplo, teve muitos erros. Ele chegou a vender inclusive roupa para neve, esqui e botas em São Paulo”, conta.
Nos casos de Marisa e Subway, o especialista afirma que ambas as empresas necessitavam de adequações às mudanças do mercado de consumo, especialmente em termos de inovação.
CNN Brasil