ONG lança aplicativo colaborativo para reunir registros de manchas de óleo nas praias do RN


Ideia do app Mar Limpo é que as pessoas possam cadastrar fotos do óleo que encontrarem no litoral, dos animais infectados com a substância e demais ocorrências nesse sentido. Aplicativo Mar Limpo vai ajudar no monitoramento da manchas de óleo no litoral potiguar
ONG Oceânica
A ONG Oceânica desenvolveu um aplicativo para auxiliar no monitoramento das manchas de óleo no litoral do Rio Grande do Norte. Além disso, o programa também funciona como game comercial: o usuário somará pontos que serão transformados em descontos nos empreendimentos do litoral que colaboram com a iniciativa.
A ideia principal do aplicativo Mar Limpo é que as pessoas possam cadastrar fotos do óleo que encontrarem nas praias, dos animais infectados com a substância e demais ocorrências nesse sentido. A proposta é contribuir gerando dados para pesquisa e alertas para a gestão pública. A ferramenta vai reunir e disponibilizar todas essas denúncias dos usuários.
“Em relação ao óleo, o app sistematiza as informações com foto, data, localização e quantidade de manchas. No título ou comentário, o usuário pode especificar mais detalhes, como o tamanho médio das manchas, alguma referência do lugar, origem do resíduo, fabricantes, por exemplo. Quando muitas pessoas usam em diversos lugares e colaboram com o monitoramento, fica mais rápido gerar a informação, o esforço compartilhado diminui para cada um, o custo é muito menor para gerar informação, ampla área de abrangência e os resultados chegam aos gestores mais rápido do que os métodos convencionais”, comenta Mauro Lima, coordenador do Projeto Mar Limpo
O aplicativo já está disponível nas plataformas digitais Play Store e na App Store, ainda em fase de teste e divulgação. “O app Mar Limpo é uma plataforma colaborativa entre usuários, empresários e setor público que impulsiona a geração de informações de forma ampla, em larga escala, com segurança e a baixo custo, capaz de gerar alertas de impactos ambientais e desastres iminentes, como a recente aparição de óleo nas praias do nordeste”, explica Mauro Lima.
Óleo nas praias
No Rio Grande do Norte, a praia mais atingida pelas manchas de óleo até então foi Barra de Tabatinga, no litoral Sul. Em apenas um dia, segundo a ONG Oceânica, foi coletada meia tonelada de petróleo cru. Para diminuir os impactos frente ao desastre socioambiental relacionado ao derramamento de óleo no mar, foi criado no estado potiguar, um Comitê Central de Gerenciamento Estadual da Crise com representantes de Organizações da Sociedade Civil, Defesa Civil, Ibama, Idema, Comitês de Bacia, Subsecretaria da Pesca, Marinha e Ministério Público.
No momento, estão sendo realizadas ações integradas de educação ambiental, operações de limpeza nos municípios atingidos, recrutamento e capacitação de voluntários. “O aplicativo Mar Limpo, será incluído pelo Idema como uma ferramenta de auxílio do monitoramento de óleo nas praias do estado’’, afirma Mauro Lima.
Biodiversidade em perigo
A fauna marinha também está sendo atingida pela poluição do petróleo cru. Para alertar a população sobre a substância que chega a praia, foi elaborado por organizações ambientais e pelo Idema um material educativo. A cartilha explica os procedimentos que devem ser adotados ao entrar em contato com o óleo, ou se tiver conhecimento de um animal contaminado.
A ONG Oceânica orienta que, em caso de encontrar algum animal na praia, recomenda-se protegê-lo do sol e ligar imediatamente para o Projeto Cetáceos da Costa Branca – PCCB, única instituição responsável pelo resgate de animais marinhos no litoral do potiguar.
“Durante a espera do resgate é importante também fazer o registro no aplicativo Mar Limpo. O registro dos animais, irá contribuir para o banco de dados sobre os encalhes no nosso litoral e para contactarmos as instituições responsáveis pelo recolhimento destes animais.” informa Jéssica Paiva, ecóloga do projeto Mar Limpo.