Ouro Branco: Ao invés de comprar um respirador, prefeita vai fez licitação para pickup cabine dupla 4×4 com dinheiro do PAB

A prefeita de Ouro Branco, Fátima Silva (PT), vai comprar uma pickup com dinheiro que poderia ser usado para enfrentamento da pandemia. Com emenda parlamentar para o Programa de Atenção Básica (PAB), ela inseriu na licitação um “veículo pickup cabine dupla 4×4 (Diesel)”, que comprometeu quase metade do orçamento da licitação. Pesquisa na Tabela FIPE nacional encontra pickups equivalentes à referência no valor de acima de cem mil reais.

O dinheiro da pickup poderia ser revertido para outros itens da licitação, inclusive para aquisição de uma mini-UTI com respirador mecânico, para ajudar Ouro Branco agora em casos graves de covid, e também serviria para depois da pandemia, mas a gestão quer mesmo é uma Amarok ou semelhante.

O Pregão Eletrônico 12/2020 que cotou a pickup 4×4, tem orçamento da emenda parlamentar 12233.027000/1200-05, e diz que é beneficiar os Agentes de Saúde com o veículo, dentre outros itens. A licitação ocorreu discretamente nesta quarta-feira (17), no portal privado BLL.

A pulga na orelha surge porque em 2013, quando entrou na Prefeitura, Fátima Silva vendeu seu VW/CrosFox, que custava R$ 33 mil, e desde então aluga uma pickup de luxo custeada pela Prefeitura, que já tirou mais de R$ 250 mil para concessionárias fora da cidade. Residindo em Jardim do Seridó, a gestora usa os veículos oficiais para percorrer o mundo todo e ir de casa ao trabalho na Prefeitura de Ouro Branco desde que se elegeu. Ela é frequentemente flagrada utilizando a caminhonete MMC/L200 Triton SPT GL branca, com placa QGT5J08, da vigilância em saúde. Nada garante que ela não vai inaugurar esse novo veículo indo à academia em Jardim do Seridó, como já fez antes.

O desvio de finalidade da Triton prejudica os serviços de vigilância na cidade, e se ela desviar a nova pickup, pode prejudicar outros setores também, como a saúde básica. Lei federal atribui crime de responsabilidade do Prefeito, sujeitos ao julgamento do Poder Judiciário, independentemente do pronunciamento da Câmara dos Vereadores, utilizar-se, indevidamente, em proveito próprio, de bens públicos.