RN tem menor proporção de trabalhadores em agropecuária do Nordeste, diz IBGE


Censo Agropecuário 2017 foi divulgado nesta sexta-feira (25). Números de rebanhos e cabeças de aves também caíram, mas produção de ovos e leite cresceram. Rebanho diminuiu no RN
Sidney Oliveira/Agência Pará
O Rio Grande do Norte é o estado do Nordeste com a menor proporção de pessoas ocupadas em estabelecimentos agropecuários, segundo aponta o Censo Agropecuário de 2017, que foi divulgado nesta sexta-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Ao todo, o estado tem 213.883 trabalhadores de estabelecimento agropecuários, o que representa uma queda em relação ao último censo divulgado, em 2006. Naquela época, o RN registrou 247.515 pessoas, número 23% maior.
O RN também sofreu redução em outros aspectos. Além da diminuição de trabalhadores em estabelecimentos agropecuários, os rebanhos também diminuíram consideravelmente de 2006 até 2017. Segundo o Censo, 148 mil a menos neste período. Em 2006 o registro era de 907.185, número que caiu para 758.453.
A queda também atingiu o número de cabeças de aves. O Censo Agropecuário 2017 aponta que são 415.751 aves a menos que no relatório anterior – o número atual é de 5.643,249 e em 2016 era de 6.059.000.
Por outro lado, apesar da diminuição desses animais, a produção de ovos e leites aumentou. A produção de ovos de galinha subiu de 23.140 dúzias para 46.802. A produção de leite de vaca, por sua vez, cresceu de 193.085 litros para 228.161 litros.
Os números do Censo 2017 também apontam que a criação de bovinos e aves está presente em mais da metade dos estabelecimentos agropecuários. Dos 63.452 analisados no RN, 38.097 possuem rebanho bovino, o que representa cerca de 60% do total. O efetivo de aves (galinhas, galos, frangas, frangos e pintos) foi verificada em 37.756 estabelecimentos, o que representa 59% do total.
Perfil do produtor
O número de mulheres e de idosos que são proprietários desses estabelecimentos agropecuários aumentou nestes 11 anos no Rio Grande do Norte. Segundo o Censo, 10.016 estabelecimentos são comandados por mulheres (15,78% do total) – em 2006 o percentual era de 11,13%. Na agricultura familiar, a porcentagem de mulheres que dirigem esse tipo de produção é de 16,57%.
O número de homens, no entanto, ainda é maior nos estabelecimentos agropecuários, com eles comandando 53.206 unidades de produção – cerca de 84%.
Em relação às idades, o número de estabelecimentos administrados por maiores de 65 anos aumentou de 21,15% para 25,28% entre os censos de 2006 e 2017 no RN, o que segue uma tendência nacional. Por outro lado, a participação de menores de 25 anos responsáveis pela administração dos estabelecimentos rurais no estado caiu de 3,26% para 1,43 %.
Apesar de diminuição do rebanho, produção de leite aumentou
Reprodução/TV Mirante
Cor, raça e escolaridade
Quase metade dos produtores rurais do Rio Grande do Norte se declararam pardos na entrevista do Censo Agropecuário 2017 – ao todo, foram 31.253, número que representa 49,44%. O dado contrasta com o do Brasil, em que a maioria dos produtores (45,43%) se declara branca. Essa foi a primeira vez que esse tipo de pergunta foi inserida no Censo.
Em relação ao nível de escolaridade, os produtores que não sabem ler ou escrever permanece praticamente igual. Ao todos, 40% dos que comandam estabelecimentos agropecuários são analfabetos – são 25.256. A porcentagem em 2006 era de 40,7%, com 33.853 produtores analfabetos.
Agrotóxicos e produção orgânica
O Censo Agropecuário indica que 24.163, cerca de 29%, dos estabelecimentos agropecuários utilizam agrotóxicos na produção. Por outro lado, apenas 2.266 (2,73%) fazem uso de técnicas de produção orgânica – e desses, somente 95 (4,2%) tinham certificação.