Switchblade e Bayraktar – duas palavras que assustam Putin

Drone Bayraktar, o terror de Putin (Crédito: Internet / Editoria de Arte)

Os dois são drones, embora tecnicamente o AeroVironment Switchblade seja classificado como míssil. Suas histórias, como sempre, começam muito longe no passado. 

Os drones, ou UAVs, sigla em inglês para veículo aéreo não-tripulado surgiram quase simultaneamente aos veículos aéreos tripulados. Várias idéias foram testadas no comecinho do Século XX, mas como a tecnologia de rádio da época se resumia a barro fofo e pedra lascada, só na 1a Guerra Mundial ela amadureceu o suficiente para produzir protótipos viáveis.

Talvez o primeiro drone / míssil tenha sido o Kettering Bug, que voou em 1918. Era essencialmente um aviãozinho sem piloto, com um giroscópio e um temporizador. O giroscópio mantinha o bicho voando estável, em uma determinada direção. O estabilizador media o número de rotações da hélice, e com base em dados como velocidade do vento e distância do alvo, o drone era programado para quando tivesse percorrido a distância determinada, um mecanismo ejetava as asas e o drone caía sobre o alvo como uma pedra, com 82Kg de explosivos.

Em teoria o Kettering Bug atingiria alvos a 120Km de distância, voando a 80Km/h. Na prática a idéia de bombas voadoras de baixíssima confiabilidade voando por sobre as cabeças dos soldados aliados não era muito atraente, e o Kettering Bug nunca entrou em produção, mas a ideia de UAVs era interessante o bastante para ser esquecida, e logo acharam uma utilidade para eles: Alvos.

Normalmente alvos aéreos eram faixas rebocadas por aviões, mas isso limitava os ângulos com que eles podiam ser atacados sem colocar em risco os pilotos dos aviões-rebocadores, e também havia o problema de você colocar um monte de novatos, com munição real e confiar que eles NÃO atingiram o rebocador sem-querer.

Em 1935 tiveram a idéia de adaptar controles de rádio nos biplanos de Havilland Tiger Moth, que foram batizados como a variante DH.82 Queen Bee. Eles eram extremamente populares nos treinos do pessoal da artilharia antiaérea, que tinham então a rara oportunidade de atirar contra alvos reais.

O Queen Bee acabou popularizando o termo drone, zangão em inglês. Com o tempo se se tornou genérico para designar qualquer tipo de UAV.

Winston Churchill acompanha o lançamento de um DH.82 Queen Bee. (Crédito: Domínio Público)

Mais tarde foram feitos experimentos com aviões adaptados para voar por controle remoto carregando explosivos. As Operações Aphrodite e Anvil usavam bombardeiros veteranos que tinham todo seu armamento e material não-essencial removidos. O interior era preenchido com Torpex, um explosivo 50% mais poderoso que TNT.

Câmeras de televisão eram instaladas, um sistema de controle-remoto por rádio permitia que o avião fosse controlado remotamente, por uma tripulação em um “avião-mãe” que acompanhava de uma distância segura.

Chegando ao alvo, o bombardeiro mergulharia, controlado remotamente e atingira o objetivo de forma devastadora. Ao menos na teoria. Na prática aviões eram derrubados, o sistema de controle remoto dava defeito, o tempo não ajudava ou simplesmente o operador errava o alvo.

O pior mesmo aconteceu em 1944. 

O procedimento era o avião-drone decolar com dois pilotos humanos, a tecnologia não era precisa o suficiente para decolagem remota. Depois de alguns minutos de vôo o controle era repassado para o avião-mãe, tudo era testado, os explosivos eram armados e os pilotos saltariam de paraquedas.

No dia 12 de agosto de 1944 os tenentes Joseph P. Kennedy Jr. Wilford John Willy terminaram os procedimentos em seu BQ-8, nome dado à versão modificada do B-24 Liberator. Transmitiram a palavra-chave dizendo que estava tudo bem, armaram os explosivos e se prepararam para saltar, mas do nada, dois minutos depois, o avião explodiu sem aviso.

Fonte/ Meio Bit