Francilício e Francilúcio: Justiça confunde nomes e prende inocente como acusado de estupro

O autônomo Francilício dos Santos Nogueira, de 47 anos, foi preso injustamente por estupro de vulnerável na cidade de Vera Cruz, no Rio Grande do Sul, no dia 4 de janeiro, após ter o nome confundido com o de um acusado pelo crime no Ceará, de nome Francilúcio. Somente do dia 8 de janeiro ele conseguiu ser solto.

A confusão entre os nomes de Francilício e o do acusado Francilúcio fez com que o Tribunal de Justiça do Ceará expedisse um mandado de prisão preventiva para o autônomo, e Francilício passou cinco dias preso no Presídio de Santa Cruz, no Rio Grande do Sul, por um crime que não cometeu.

“Teve todo aquele constrangimento, todo mundo da minha família ficou apavorado. Eu poderia ter sido morto, pois os presos não gostam de estupradores. Por sorte, tiveram o cuidado de me colocar em uma cela de triagem, mesmo assim tinham pessoas que já mataram, gente que eu nunca pensei conviver”, disse Francilício dos Santos.

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Homem inocente é preso pela segunda vez por erro em sistema da polícia

O músico Luiz Carlos Justino, que foi inocentado pela Justiça do Rio depois de ter sido preso em setembro de 2020 por um assalto à mão armada que não cometeu, voltou a ser detido pela polícia por conta da mesma situação. Em 2020, ele chegou a ficar preso por cinco dias. Na noite de segunda-feira (22), depois de voltar de uma partida de futebol com amigos em Charitas, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio, ele foi parado em uma blitz do programa Segurança Presente.

Uma consulta ao sistema do Banco Nacional de Monitoramento de Prisões, do Conselho Nacional de Justiça, apontou que constava um mandado de prisão em aberto para o músico ainda sobre o caso no qual ele foi inocentado. Ele foi conduzido para a 79ª DP (Jurujuba) e depois liberado. O músico disse que teve que provar, novamente, que não era bandido e que na época que foi absolvido tudo seria retirado do sistema.

Ele conta que chegou a ser parado outras vezes mas, pela grande repercussão do caso, era liberado. “Na época, eu fui parado duas vezes. Mas eu falava que era o Justino e era liberado. Mas, dessa vez, eu falei e não adiantou. Então agora eu tenho que ficar em casa. Como eu vou comprovar? Meu nome é Luiz Carlos da Costa Justino. E eu nem quero ser o Justino, de tão pesado que ficou”, disse o músico.

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Justiça inocenta Pazuello no caso da crise de oxigênio em Manaus

Em depoimento prestado à Polícia Federal no dia 10 de fevereiro, o secretário de Saúde do Amazonas, Marcellus Campelo, isentou o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello de qualquer responsabilidade pela crise de oxigênio no estado no início deste ano.

No documento de 10 páginas que integra o inquérito aberto pelo STF (Supremo Tribunal Federal) para investigar o episódio, Campelo jogou toda a culpa na empresa White Martins, principal fornecedora de oxigênio no estado.

O tratamento dado a White Martins no depoimento é completamente distinto do dado a Pazuello. Segundo o secretário, representantes da empresa chegaram a solicitar “que o depoente não abrisse mais leitos sem que houvesse um retorno da empresa” após ele informar que abriria mais 150 leitos de UTIs e 50 leitos clínicos.

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