Vacinação contra a Covid-19 no Brasil dá sinais de estagnação em patamares desiguais

Além de uma cobertura vacinal contra a Covid-19 menor do que Chile, Argentina e Uruguai, o Brasil começou 2022 com sinais de uma campanha de imunização estagnada em patamares desiguais.

Enquanto São Paulo estabilizou a curva de vacinados com duas doses em 87% da população elegível, no Amapá, são apenas 57,7% – uma discrepância que se repete em outros estados.

Entre 18 de janeiro e 18 de fevereiro, o percentual da população que havia tomado a primeira dose foi de 76,1% para 79,8%. Em 18 de dezembro, eram 75,2%.

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Carnaval pode fazer com que onda da Ômicron seja mais longa no Brasil do que em outros países

O ritmo de transmissão da Ômicron é rápido, como foi possível constatar pelo aumento significativo de novos infectados no Brasil no último mês de janeiro. Porém, com a mesma velocidade em que ela atinge o pico, acontece a queda e, consequentemente, o fim da onda.

“Diferente das outras fases, essa onda não tem um platô. Na velocidade em que sobe, ela não vai ficar parada por muito tempo, criando novos casos. Rapidamente, esgotam os suscetíveis e começa uma virtual queda. A velocidade de subida e a de queda são muito rápidas”, explica Renato Kfouri, infectologista e diretor da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações).

Essa característica da Ômicron foi verificada na África do Sul e no Reino Unido, os primeiros países a constatarem o crescimento e a queda das infecções pela nova cepa. Os especialistas acreditam que o tempo do pico de infectados até começar a queda varia entre 25 e 45 dias. Mas o feriado de Carnaval, que será de 26 de fevereiro a 1º de março, pode atrapalhar a melhora do quadro no país, conforme alerta a epidemiologista Ethel Maciel, professora da Ufes (Universidade Federal do Espírito Santo).

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