Em Baraúna (RN), o uso de tecnologias como a irrigação e adubação, podem ampliar a produtividade da área de plantio da cultura do feijão caupi entre os agricultores familiares.
Mais conhecida como feijão macassar ou feijão-de-corda, essa leguminosa tinha como principal época de plantio a estação chuvosa. Com a adoção da tecnologia adequada, houve uma ampliação nas áreas destinadas ao cultivo. A área plantada de forma irrigada, na safra de junho a janeiro, chega 200 hectares.
Segundo o técnico da Emate-RN, Izac Abreu Junior, algumas áreas utilizadas para o cultivo da cebola, pimentão e mamão estão agora sendo rotacionadas com plantio do feijão macassar. Entre as vantagens, está a colheita frequente e a venda do feijão verde ou seco, conforme a opção de mercado. Agora no inverno, os agricultores estão aproveitando as chuvas para baixar os custos de energia elétrica, sem precisar irrigar com frequência.
O feijão verde chegou a alcançar o preço de R$ 10,00 o quilo na venda ao consumidor final. Com isso, muitos produtores estão ampliando suas áreas. O produto tem sido vendido, principalmente, no mercado interno, como supermercados e feiras, e cidades vizinhas como Mossoró e até Fortaleza.
Uma novidade para otimizar e acelerar o processo de colheita é a máquina debulhadora de feijão, com capacidade de debulhar 200kg/hora de feijão ainda na casca, desonerando os custos com mão de obra.
A agricultora Antônia Dorotéia, do Sitio Três Veredas, município de Baraúna, se mostrou bastante satisfeita com o resultado da máquina, adquirida na propriedade. Ela é acompanhada pela Emater-RN há mais de sete anos e encontrou na instituição o apoio necessário para sua atividade, desde informações técnicas até sua inserção nos mercados alternativos, tais como o Programa Compra Direta, o PNAE, e o acesso ao crédito rural.
TÉCNICA DA INOCULAÇÃO
O extensionista Izac Abreu cita ainda a importância do cultivo da leguminosa, que possui em suas raízes as bactérias benéficas do gênero Rizobium, que faz a fixação de nitrogênio do ar atmosférico e o transforma em adubo nitrogenado, aumentando a quantidade de nutrientes disponíveis, baixando o custo com adubos químicos.
A inoculação é uma técnica consagrada no Brasil para a cultura da soja, gerando economia da ordem de sete bilhões de dólares por ano, mas ainda é pouco utilizada para outras culturas de grãos.
Este processo pode ser feito de forma caseira pelos agricultores em suas propriedades. Com o inoculante alternativo, o agricultor familiar pode potencializar este processo, que ocorre naturalmente nas lavouras de feijão-caupi. Além disso, o inoculante alternativo, feito com extrato de raízes noduladas, traz outros benefícios para a lavoura, como, por exemplo, a promoção de crescimento vegetal, desempenhado pelos microrganismos.
Veja o passo a passo:
Adicione em um liquidificador doméstico
• 1,5 copo dágua – 300 ml
• 30g de açúcar- 3 colheres de sopa
• 01 porção de raízes finas noduladas de feijão-caupi
• 01 coador para filtrar o extrato, que é aplicado nas sementes antes do novo plantio.
COMO OBTER O PREPARADO DE RAÍZES FINAS NODULADAS
O ideal é fazer um pré-plantio das sementes em vasos ou canteiros, usando o solo da área que será cultivada. A partir dessa nova planta é que será feito o inoculante alternativo (conforme a receita acima). Utilizar nos canteiros ou nos vasos as sementes da mesma cultivar ou variedade de feijão-caupi, que serão empregadas na lavoura programada.
*Com informações técnicas da extensionista Grasiela Barbosa, da Emater de Baraúna